Um canto elegíaco ao rio Verruga, que atravessa o sudoeste baiano, carregando em suas águas a memória e a mágoa de uma terra esquecida. Com imagens densas e versos marcados pela crítica e pela melancolia, o poema transforma o curso do rio em metáfora da decadência ambiental e da negligência histórica.
Do Poço Escuro à Pedra Afiada — referências geográficas e simbólicas —, o poeta acompanha o percurso desse “pequeno-grande rio”, ora lamentando sua condição poluída, ora invocando uma redenção que parece inalcançável. O tom fúnebre do último terceto ecoa como um réquiem à natureza ferida, à cidade que não vê e à Bahia que se esquece.
Mais que denúncia, este poema é um apelo à memória, à responsabilidade e ao respeito pela terra e pelas águas que nos fundam.
Boa leitura.